quinta-feira, 2 de maio de 2013

Osteoporose


O que é Osteoporose?

Osteoporose significa osso poroso, ou seja, é a descalcificação progressiva dos ossos que se tornam frágeis. É uma doença na qual ocorre diminuição da massa óssea e piora da qualidade do osso, que se torna mais frágil. Quanto maior essa fragilidade, maior é o risco de uma fratura. Embora a ocorrência seja maior no sexo feminino, os homens também podem ter a doença, que se torna mais frequente com o envelhecimento. Os ossos crescem até os 20 anos. A partir daí, a densidade aumenta até os 35 anos e começa a perda de massa progressivamente - ou osteoporose. O processo é mais rápido nas mulheres, principalmente após a menopausa.




Figura 1 - Imagem de um osso normal e um osso com osteoporose

A osteoporose pode ser primária (idiopática) ou secundária. A forma primária é classificada em tipo I e tipo II.No tipo I, também conhecida por tipo pôs-menopausa, existe rápida perda óssea e ocorre na mulher recentemente menopausada.Predominantemente atinge o osso trabecular e é associada a fraturas das vértebras e do rádio distal.A tipo II, ou senil, é relacionada ao envelhecimento e aparece por deficiência crônica de cálcio, aumento da atividade do paratormônio e diminuição, da formação, óssea.A osteoporose secundária é decorrente de processos inflamatórios  como a artrite reumatoide  alterações endócrinas, como hipertireoidismo e desordens adrenais; mieloma múltiplo;por desuso; por uso de drogas como heparina, álcool, vitamina A e corticoides. Os corticoides inibem a absorção intestinal do cálcio e aumentam sua eliminação urinária, diminuem a formação osteoblástica e aumentam a reabsorção osteoclástica. 

OS FATORES DE RISCO

Os riscos que influenciam a manifestação da osteoporose podem ser relativos á pessoa (individuais) ou do ambiente que ela vive (ambientais).São considerados fatores de risco individuais a história de casos de osteoporose na família  mulher branca, presença de escoliose, indivíduos magros, tipo constitucional pequeno e aparecimento prematuro de cabelos brancos.


.DIAGNÓSTICO

Como em outras patologias, o diagnóstico da osteoporose é feito pela história clínica, exame físico e subsidiários. Geralmente a osteoporose é pouco sintomática, Ás vezes só se manifesta por uma fratura. A dor dorsolombar é queixa comum; o espasmo muscular é a principal causa dos sintomas, que também
podem ser por microfraturas; em muitos casos, é consequente a uma fratura por compressão. Na história deve ser inquirida a idade da menopausa, presença de fator familiar, hábitos alimentares, atividade física, uso de café, cigarro ou álcool.No exame físico pode-se verificar deformidade da coluna; deve-se incluir dados de peso e altura, para acompanhamento.Os exames subsidiários utilizados são os laboratoriais e de
imagem; os primeiros geralmente são normais na osteoporose primária. Rotineiramente solicitamos o hemograma, VHS, eletroforese de proteínas, provas de função renal, dosagens de cálcio e fósforo,
fosfatase alcalina e calcinária de 24 horas. O nível de cálcio endógeno excretado é diretamente relacionado ao aparecimento da osteoporose. Solicitamos, sempre que necessário, os marcadores de formação e de reabsorção óssea.São considerados marcadores de formação a fosfatase alcalina óssea, a osteocalcina e o pró-colágeno tipo I C-Terminal Peptídeo (PICP).A fosfatase alcalina aumenta na formação óssea. O valor da fosfatase alcalina total inclui fosfatases produzidas nos rins, fígado, intestino e ossos; portanto, é mais fiel a dosagem da fostatase alcalina óssea. A osteocalcina (BGP ou Bone Gla Protein) dá idéia da atividade osteoblástica; o pró-colágeno tipo I C-Terminal Peptídeo (PICP) é a forma mais comum do colágeno presente nos ossos, apesar de existir em outros tecidos. São considerados marcadores de eabsoção óssea a hidroxiprolina, piridinolina, desoxipiridinolina e o Ntx. A hidroxiprolina é um produto da degradaçao do colágeno; como a maior fonte deste é o osso, a hidroxiprolina indica, de certo modo, a reabsorção óssea. Entretanto é influenciada pela dieta alimentar.A piridinolina e desoxipiridinolina são dosadas na urina; como estão presentes nas ligações do colágeno, são indicadoras do catabolismo Ósseo. Não têm influência da dieta.


TRATAMENTO

A principal forma de tratamento da osteoporose é a prevenção são os elementos críticos o pico de massa óssea e a prevenção da reabsorção pós-menopausa.O pico de massa óssea é dependente do aporte calórico, da ingestão de cálcio e vitamina D, da função menstrual normal e da atividade física; a maioria dos agentes terapêuticos atuam na reabsorção óssea, como anti-reabsortivos.

Alendronato

É efetivo tanto para o tratamento quanto para a prevenção de osteoporose em mulheres pós-menopausa. 
Não há consenso sobre quando começar a tratar a osteoporose de forma preventiva. Entretanto, considera-se adequado iniciar o tratamento preventivo em pessoas com osteopenia e que possuam um ou mais fatores de risco (fratura prévia, idade, tendência à queda).Ensaios clínicos demonstraram que o alendronato aumenta a DMO e diminui o risco de fraturas osteoporóticas. A boa supressão do turnover ósseo e o aumento na DMO com efeitos adversos mínimos são alcançados com a dose de 10mg/dia, tratamento bem tolerado e efetivo por pelo menos 10 anos de utilização.

Risedronato

Aumenta a DMO, reduz o risco de fratura e é bem tolerado em mulheres pós-menopausa com osteoporose. O estudo VERT mostrou que o uso do risedronato levou à diminuição do risco de ocorrência de fraturas vertebrais e não-vertebrais em 41% e 39%, respectivamente. Uma meta-análise confirmou a redução do risco de fratura em mulheres pósmenopausa e em mulheres com osteoporose estabelecida.Risedronato é efetivo e bem tolerado por mais de 7 anos. Ao descontinuar o seu uso, os efeitos benéficos na DMO e no turnover de marcadores ósseos parecem reverter completamente dentro de 1 ano, como reportado na extensão do ensaio VERT.

Ibandronato

É comercializado em formulação oral administrada mensalmente e formulação intravenosa, administrada a 
cada 3 meses. A formulação intravenosa é uma opção alternativa para pacientes que não toleram ifosfonatos orais ou que têm dificuldade em cumprir o regime posológico.O ibandronato aumenta a DMO e reduz o número de fraturas vertebrais. Metanálise com ibandronato, na qual dados de fratura foram medidos como eventos adversos, mostra redução em fraturas não-vertebrais com maiores doses de ibandronato (dados globais para 2 ou 3 mg a cada 2 ou 3 meses)9. Entretanto, não há dados diretos que avaliem fratura não-vertebral como desfecho principal para o ibandronato intravenoso.Na falta de dados consistentes de ensaios clínicos que demonstrem que o ibandronato reduz fratura de quadril, o risedronato e o alendronato continuam sendo tratamentos de primeira escolha.





Figura 2 - Medicamentos utilizados para o tratamento da osteoporose




 Figura 3 - Custos mensais dos medicamentos




Figura 4 - Mulher fazendo exercícios para prevenção da osteoporose.